quinta-feira, 15 de abril de 2010

Aumenta desemprego para quem tem ensino superior

Cresce 15% desemprego de quem tem 3º grau em SP
Aumento é o maior das seis regiões metropolitanas pesquisadas
ANDRÉ LOBATO DA REPORTAGEM LOCAL
Folha de São Paulo, 11/04/2010 - São Paulo SP

O desemprego para profissionais da região metropolitana de São Paulo que têm ensino superior completo aumentou 15% entre 2008 e 2009. É o maior crescimento entre todos os níveis de escolaridade de todas regiões metropolitanas analisadas na PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Também são avaliadas Salvador, Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte e Distrito Federal. Dessas, tiveram queda do desemprego no superior: Salvador, Distrito Federal e Recife.

Entre 2008 e 2009, em Porto Alegre, o aumento de desemprego para quem tem nível superior foi de 5%; em Belo Horizonte, de 9%. Entretanto, esta foi a região que mais escolarizou sua mão de obra nos últimos 11 anos. O aumento do desemprego em São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte é explicado pela forte internacionalização do setor industrial, com alta escolarização, segundo os economistas Marcelo Neri, professor da Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro, e Márcio Pochmann, presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Para eles, São Paulo representa o centro da economia brasileira, e a crise econômica mundial atingiu com maior intensidade os polos mais prósperos do capitalismo, principalmente pela indústria. Ambos concordam que os profissionais com maiores ganhos, quase sempre os com ensino superior, foram os mais afetados pelas demissões.

Cortes - "As empresas preferem cortar postos administrativos [de ensino superior completo] com salários maiores", pontua Juan Carlos Dans Sanchez, coordenador de políticas de emprego e renda da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo. Além disso, expõe Sanchez, a área de serviços é a que mais cresce em São Paulo, oferecendo salários menores para empregos de remuneração mais baixa e menor escolaridade.

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