Educação e desenvolvimento nacional
Hélcio Corrêa Gomes
Gazeta de Cuiabá, 22/04/2010 - Cuiabá MT
O IBGE aponta (dados disponíveis de 2007/2008) que a escolarização nacional teve evasão escolar de 4,5%. Ela (evasão), junto com a má qualidade do ensino fundamental, traz perspectiva decenal nada promissora ao país. Fator que refletirá diretamente na qualificação da mão-de-obra - necessária ao desenvolvimento da nação. Segundo, o economista da FGV, Marcelo Néri teremos logo um apagão da mão de obra qualificada - se mantiver tal tendência. E intocável o perfil intelectual dos jovens nacionais. Tudo prejudicando os investimentos sociais e privados. Enfim, o sistema educacional encontra-se retroalimentando dos próprios dejetos ou defeitos.
O fragilizar do ensino fundamental reflete no ensino universitário. E coíbe no profissionalizante a apropriação do entendimento criativo e técnica avançada - disponível. Afinal, não se constrói o pensamento estruturado e reflexivo, que proporciona comportamento ético e científico sem a base filosófica ou religiosa. Além do que as universidades apenas aprimoram o pensar lógico com comportamental social. O aluno continua com seu pensar empobrecido ou fundado apenas na lógica concreta. E tem dificuldade imensa para aprimorar-se na lógica abstrata. E não há como no ensino superior obter junto com as técnicas capacidade mais refinada de reflexão. O que redunda num profissional tecnicamente bom, mas sem compromisso com o futuro. Nas empresas tal bom técnico não economiza, não cria e mantém aquela lógica nefasta - que o que importa sou eu. E cada dia mais se tem na empresa nacional que importar tecnologia e pensamento de quem sabe viver em coletividade e possui alto compromisso humanitário.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei nº 9394/96 propôs mudanças significativas. Melhorou exercício da docência. Da formação continuada. Fixou conjunto de habilidades para se obter um aluno mais competente e humano. Têm parâmetros curriculares mais práticos ou adequados. Contudo, muito pouco em termos de volume necessário se fez de modo governamental. O governo federal agiu muito no marketing e continuou o Brasil entre os piores do mundo no ensino fundamental. A escola, ainda, continua a fabricar contingentes que mal sabem ler com coerência. O raciocínio lógico não está ao alcance da grande maioria dos discentes. E politicamente como formar conjunto de bons técnicos e criativos com tal situação educacional extremamente frágil. Os jovens, ainda, elegem os heróis no Big Brother 2010. As mocinhas vestem uniformes chiques das novelas - adquiridos nos shoppings (regulares ou populares). Todos parecem com os pneumáticos - robustos e fortes, mas todos iguais nas qualidades e defeitos.
A propaganda do governo federal indica aumento nos índices do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) como movimento apenas ilusionista. Enquanto no mercado só sobrevivem os técnicos que adquiriram méritos e sabem trabalhar em equipes com criatividade e inventividade, o Brasil continua promovendo automaticamente o aluno de série em série, do básico ao ensino superior. E produzindo por ciclos reiterados alunos sem saber pensar ou sequer escrever corretamente. E faz conjunto de técnicos que dificilmente podem suprir sua própria carência de conhecimento - além da técnica em si mesma, o que causa enorme prejuízo para sociedade. Tudo caminhando para um inevitável apagão da mão-de-obra hábil e necessária mercadologicamente - antevisto para 2020. E ficamos todos estacionados junto com o Ministério da Educação (MEC) no tempo retrogrado ou inútil. Dourando a pílula do ensino regular e profissionalizante. E esperando quiçá os resultados da catástrofe educacional e empresarial brasileira, cuja promessa antevista será de bons prejuízos ao Brasil - enquanto nação emergente.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
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