Qualidade na educação
Editorial
A Notícia, 05/03/2010 - Joinville SC
Em manifestação no encerramento da Conferência Nacional de Educação, na última semana,o presidente Lula ressaltou o fato de o governo ter feito uma “pequena revolução” no ensino, atribuindo parte dos avanços nesta área a greves dos professores. A afirmação é compreensível num contexto de campanha política não-oficializada e num momento em que um Estado como o de São Paulo enfrenta paralisação do magistério. Ainda assim, a avaliação não coincide integralmente com a realidade do ensino brasileiro, no qual os indicadores registram melhora sob o ponto de vista da quantidade – de número de alunos e de universidades –, mas não da qualidade. Como educação precisa ser pensada sempre em médio e longo prazos, esse é um desafio que aguarda quem for comandar o País a partir do próximo ano. Uma das melhores formas de
avaliar a evolução do processo educacional no País é conhecer a realidade a partir dos indicadores disponíveis. E os números, apurados sem qualquer influência de subjetividades, não oferecem motivos só para comemorações. Ainda falta muito para o Brasil alcançar integralmente metas como as fixadas para 2022 pelo Projeto Todos pela Educação, movimento liderado por diferentes segmentos da sociedade.
O País ainda não conseguiu garantir a presença de todos os brasileiros entre quatro e 17 anos na escola. Enfrenta dificuldades também para fazer com que toda criança seja plenamente alfabetizada até os oito anos e para que todo aluno esteja com aprendizado adequado à série. A meta de manter todo jovem com ensino médio concluído até os 19 anos está dentro do intervalo de confiança, mas a dúvida é se a educação conseguirá ficar com no mínimo 5% do produto interno bruto (PIB) a partir deste ano.
Certamente, há avanços importantes, entre os quais figuram facilidades de acesso ao ensino. Alguns problemas, porém, se tornaram mais visíveis, como a dificuldade de fazer uma avaliação unificada para todo o País nos moldes da proposta pelo Enem registrada neste ano. Os exames de avaliação, assim como a conscientização dos pais sobre a importância do estudo e a valorização dos professores, são pressupostos para qualificar o ensino. Nenhum país pode ter a pretensão de se firmar como potência se não investir em educação, buscando não apenas quantidade, mas acima de tudo qualidade no ensino em todas as etapas do aprendizado formal. Esse é o rumo no qual o País precisa persistir, independentemente de quem esteja no comando.
terça-feira, 13 de abril de 2010
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