quinta-feira, 15 de abril de 2010

Sobre a evasão escolar

Evasão escolar
Editorial
Gazeta de Alagoas, 11/04/2010 - Maceió AL

O chefe do Centro de Políticas Sociais (CPS) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), economista Marcelo Néri, manifestou-se publicamente preocupado com o futuro da juventude brasileira para os próximos dez anos. Para ele, a evasão escolar e a falta de mão de obra qualificada apontam para um cenário pouco promissor. Segundo ele, mais de 97% das crianças e jovens entre 7 e 15 anos no País estão na escola e 90% estão em instituições de ensino públicas, “que são muito piores do que as privadas”. Nas escolas públicas, em uma escala de 0 a 10, a nota média do aprendizado é 3,6, e nas privadas, 6. A média brasileira é 3,8, informa Néri. A meta estabelecida pela sociedade e pelo Ministério da Educação é alcançar nota 6 – média dos países da Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) –, nas instituições públicas de ensino do Brasil até 2020.

Tivemos uma enorme quantidade de anos para que não faltassem programas e outras iniciativas no País para estarmos, agora, no século 21, bastante otimistas também nessa área. Entre os motivos da evasão escolar sempre foram e continuam sendo citados como principais as condições sociais, as causas e os efeitos da pobreza, da desagregação familiar, a repetição constante de séries, a violência, a gravidez na adolescência, as dificuldades de acesso às salas de aula. Já comentamos neste espaço que em Alagoas, por exemplo, a questão da evasão escolar, estimada pelo Ministério Público em torno de 40%, provocava preocupações de especialistas ainda nos primeiros anos da então Secretaria de Educação e Cultura (Senec) criada em meados do século passado. Lamentavelmente, apesar dos enormes investimentos realizados por sucessivas administrações governamentais, a evasão escolar continua como um dos mais sérios desafios no País.

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