Escola boa tem aluno e professor engajados
Dez colégios estaduais são citados em estudo que lista as melhores práticas de 35 instituições em todo o país
Tatiana Duarte
O que faz com que escolas pertencentes a uma mesma rede de ensino tenham desempenhos tão diferentes? A resposta, segundo quem entende do assunto, não é nenhum bicho de sete cabeças. O que faz a diferença é o simples comprometimento entre educadores e alunos, mostra uma pesquisa feita em 35 escolas públicas “de sucesso” do Paraná e outros três estados – Acre, Ceará e São Paulo. Das escolas escolhidas para a pesquisa, 10 são da rede estadual do Paraná. Todas elas têm em comum a parceria entre educadores e alunos. “Algo que nos surpreendeu é que os profissionais acreditam no sucesso de seus estudantes”, explica o diretor de concepções e orientações curriculares para a educação básica do MEC, Carlos Artexes Simões.
No Colégio Estadual Nilson Baptista Ribas, localizado no bairro Seminário, em Curitiba, a equipe escolar se baseia na motivação e na expectativa do sucesso. “O idealismo em educar se sobrepõe às dificuldades que encontramos no dia a dia”, afirma a pedagoga Heloísa Alves Passarella, que atua há 20 anos no colégio. Além de construir regras claras de convivência com pais e estudantes, o colégio também possui uma liderança forte, que está aberta a ouvir. E é assim, de portas abertas, que permanece a sala da diretora Evelise Sermann. Enquanto atendia a reportagem, Evelise era constantemente interrompida por alunos que não hesitavam em procurá-la para tirar dúvidas. “Aqui é sempre assim. Ninguém precisa marcar hora para falar com a direção e falamos de igual para igual. Todos se respeitam na sua individualidade”, diz a diretora.
São cerca de 400 alunos matriculados no ensino médio, o que representa mais da metade do total de 700 estudantes do colégio, que também oferece fundamental. Diferente da maioria das escolas de ensino médio do país, evasão nesta modalidade é algo que não existe no Nilson Baptista Ribas. Neste ano, outras seis turmas foram abertas por causa da grande procura. “Os jovens acreditam na escola, sabem que vai agregar valor à vida deles”, ressalta Evelise. De acordo com o diretor do MEC, as escolas pesquisadas não são as que possuem os melhores resultados em avaliações formais, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Índice da Educação Básica (Ideb). “Foram escolhidas porque surpreendem dentro do grupo de instituições que possuem perfis semelhantes”, explica.
Gargalo - É justamente no primeiro ano do ensino médio que um a cada seis alunos desistem da escola, de acordo com levantamento feito pelo Instituto de Estatísticas e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em 2007. Em 2008, segundo pesquisa realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), 14,3% dos jovens com idade entre 15 e 17 anos desistiram da escola. Na opinião do diretor do MEC, o ensino médio vive algumas indefinições mundiais e, apesar do alto índice de evasão nesta modalidade de ensino, o Brasil ainda é uma referência conceitual. “Aqui temos a concepção de que o ensino médio é uma etapa essencial da educação básica”, diz Simões. Apesar disso, ele reconhece que, em geral, o jovem brasileiro não vê sentido no ensino médio. Desafio - A chefe do Departamento da Educação Básica da Secretaria de Estado da Educação, Mary Lane Hutner, ressalta que 1.276 escolas da rede estadual oferecem ensino médio no Paraná e também reconhece que há um desafio para manter os jovens em sala de aula. “Uma de nossas ações é investir no ensino médio integrado à educação profissional”, afirma.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
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