quinta-feira, 28 de outubro de 2010
EVENTO DISCUTE ENSINO MÉDIO NA UNICAMP
MESA REDONDA - Novos desafios para o Ensino Médio, c/ Profa. Guillermina Tiramonti e Profa. Marília Spósito. Debatedora: Profa. Nora Krawczyk. O evento acontece no dia 03 de novembro, às 19h30, no Salão Nobre da Faculdade de Educação da Unicamp. O evento é organizado pelo GPPE e Coordenação das Licenciaturas
sábado, 23 de outubro de 2010
MEC orienta a entrada no Ensino Fundamental
MEC define regras para ingresso no ensino fundamental em 2011
Criança deve ter 6 anos ou fazer até 31/3; quem fez 2 anos de pré é exceção. Para entrar na pré-escola, criança deve ter 4 anos ou completar até 31/3
Do G1, em São Paulo
Resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) publicada nesta quinta-feira (21) no Diário Oficial da União define as regras para o ingresso de estudantes no ensino fundamental em 2011. O texto foi homologado pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, na segunda-feira (18). As principais regras que existiam em 2010 foram mantidas. Uma nova definição para 2011 diz respeito ao ingresso na pré-escola. Pela resolução do CNE, para entrar nesse ciclo do ensino, a criança deve ter 4 anos ou completar a idade até 31 de março. Com relação à entrada no ensino fundamental, o estudante deve ter 6 anos ou completar até 31 de março para poder ser matriculado no primeiro ano. Foi estendida por mais um ano a exceção para a matrícula de crianças que completem 6 anos até 31 de dezembro. Neste caso, elas precisam ter feito dois anos de pré-escola. Até 2009, a 1ª série recebia alunos a partir dos sete anos. Lei federal determinou a antecipação da entrada dos estudantes a partir deste ano, com a entrada em vigor do ensino fundamental de nove anos. Como o CNE não tem poder de lei, os estados podem ou não seguir a recomendação. Em 2010, por exemplo, o estado de São Paulo manteve a regra de aceitar estudantes que completassem 6 anos até 30 de junho. Segundo o conselho, a ideia é evitar o ingresso precoce no ensino fundamental.
Criança deve ter 6 anos ou fazer até 31/3; quem fez 2 anos de pré é exceção. Para entrar na pré-escola, criança deve ter 4 anos ou completar até 31/3
Do G1, em São Paulo
Resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) publicada nesta quinta-feira (21) no Diário Oficial da União define as regras para o ingresso de estudantes no ensino fundamental em 2011. O texto foi homologado pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, na segunda-feira (18). As principais regras que existiam em 2010 foram mantidas. Uma nova definição para 2011 diz respeito ao ingresso na pré-escola. Pela resolução do CNE, para entrar nesse ciclo do ensino, a criança deve ter 4 anos ou completar a idade até 31 de março. Com relação à entrada no ensino fundamental, o estudante deve ter 6 anos ou completar até 31 de março para poder ser matriculado no primeiro ano. Foi estendida por mais um ano a exceção para a matrícula de crianças que completem 6 anos até 31 de dezembro. Neste caso, elas precisam ter feito dois anos de pré-escola. Até 2009, a 1ª série recebia alunos a partir dos sete anos. Lei federal determinou a antecipação da entrada dos estudantes a partir deste ano, com a entrada em vigor do ensino fundamental de nove anos. Como o CNE não tem poder de lei, os estados podem ou não seguir a recomendação. Em 2010, por exemplo, o estado de São Paulo manteve a regra de aceitar estudantes que completassem 6 anos até 30 de junho. Segundo o conselho, a ideia é evitar o ingresso precoce no ensino fundamental.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
APROVAÇÃO AUTOMÁTICA x PROGRESSÃO CONTINUADA
Chance de aprender
ALEXANDRE SCHNEIDER e FERNANDO JOSÉ DE ALMEIDA
O Globo, 06/10/2010 - Rio de Janeiro RJ
É uma covardia com a educação identificar a progressão continuada com aprovação automática. Só o fazem aqueles que - com uma análise quase fascista das propostas inovadoras - colocam em vala comum os diferentes matizes dos graus e tempos da aprendizagem de grandes grupos sociais e de pessoas. Aprovação automática não leva em conta nem o aluno, nem o trabalho do professor, nem o currículo da escola. Ela supõe uma espécie de irresponsabilidade de todos os parceiros em algo que exige planejamento, avaliação, corresponsabilidades e prestação de contas públicas. Já a progressão continuada tem um princípio que é de realidade e de aprofundamento sobre o que seja o ato de aprender, de ensinar, de diagnosticar e de planejar as atividades escolares de conhecimento e de cidadania. Crianças e jovens têm habilidades diferentes e ritmos diversos de aprendizagem. Mas todos podem chegar lá. E chegam. Todos podem aprender, e aprendem. Às vezes, um semestre a mais ou um ano a mais é suficiente para se verificarem amplas mudanças. Seja no amadurecimento psicológico, seja para superar um problema familiar ou para adquirir segurança física; fatores que repercutem profundamente na eficácia da aprendizagem.
Reprovar - uma ou duas vezes - e obrigar o aluno a ficar com os sempre menores causa inadaptação. Provoca desinteresse por ter que ver tudo de novo, e de novo - ainda que os mais severos digam que ele não aprendeu porque era vagabundo. Na indústria automobilística, uma engrenagem que não está dentro das normas vai de novo para a fundição. Com o ser humano é diferente. Não se pode começar do zero como se nada tivesse acontecido de positivo na vida da criança naquele ano. A reprovação anual pode expulsar do sistema de ensino milhares de crianças e jovens que terão nas ruas a sua nova escola. E nelas construirão suas novas companhias, linguagens e tarefas. E o aprendizado capaz de torná-las cidadãos melhores pode acabar substituído pela "viração" e pelos vícios das ruas. Abandono e marginalidade serão o seu novo cotidiano. Alguns podem pensar que a escola tem que premiar - classificando em ordem de resultados numéricos - os mais eficazes. É um equívoco. A escola é lugar de prazer de aprender o novo, aprender habilidades que dão às crianças e ao jovem lugar social e de cooperação. Claro que competir é bom e a escola deve ter espaços para tal. Mas não nas notas ou na aprovação.
Os sistemas de progressão continuada - que são apenas ciclos mais longos do que os anuais - vêm sendo a forma mais eficaz e justa de estabelecer os prazos de reprovação ou corte decisivo para mudança de fase escolar. Paulo Freire, quando secretário da educação do município de São Paulo (1989-91), propôs que fossem três ciclos: da 1ª à 3ª, da 4ª à 6ª e da 7ª à 8ª. E apenas no fim de cada um desses ciclos haveria exames que definiriam se o aluno seria ou não retido. Isso não significava a aprovação automática, mas a criação de um delicado sistema de acompanhamento do aluno.
Um bom ciclo de progressão continuada pressupõe o engajamento de professores e da comunidade escolar, o pleno funcionamento dos conselhos de classe para que cada aluno possa ter suas dificuldades analisadas, além de novas e diferentes medidas de revisão dos pontos críticos para superar as dificuldades. Inclui ainda a escolha adequada dos materiais didáticos e das metrificações do rendimento do aluno. Outro componente essencial é a recuperação. Recuperar não é fazer de novo, do mesmo modo, repetidamente, até o aluno aprender, como se a atividade fosse um simples "escreva cem vezes". O segredo pedagógico é que os professores e coordenadores dessas classes e desses alunos reinventem novas formas de trabalhar, já que as que foram usadas não surtiram efeito. É preciso evoluir da autópsia para a biópsia. Punir uma criança ou um jovem com a repetência nada ensina. Melhor é avaliá-la permanentemente, entender suas dificuldades, corrigir rumos e assumir com ela o compromisso com o sucesso de sua aprendizagem. ALEXANDRE SCHNEIDER é secretário municipal de Educação de São Paulo. FERNANDO JOSÉ DE ALMEIDA é diretor de Educação da TV Cultura, professor de pós-graduação em Educação e ex-secretário municipal de Educação de São Paulo.
ALEXANDRE SCHNEIDER e FERNANDO JOSÉ DE ALMEIDA
O Globo, 06/10/2010 - Rio de Janeiro RJ
É uma covardia com a educação identificar a progressão continuada com aprovação automática. Só o fazem aqueles que - com uma análise quase fascista das propostas inovadoras - colocam em vala comum os diferentes matizes dos graus e tempos da aprendizagem de grandes grupos sociais e de pessoas. Aprovação automática não leva em conta nem o aluno, nem o trabalho do professor, nem o currículo da escola. Ela supõe uma espécie de irresponsabilidade de todos os parceiros em algo que exige planejamento, avaliação, corresponsabilidades e prestação de contas públicas. Já a progressão continuada tem um princípio que é de realidade e de aprofundamento sobre o que seja o ato de aprender, de ensinar, de diagnosticar e de planejar as atividades escolares de conhecimento e de cidadania. Crianças e jovens têm habilidades diferentes e ritmos diversos de aprendizagem. Mas todos podem chegar lá. E chegam. Todos podem aprender, e aprendem. Às vezes, um semestre a mais ou um ano a mais é suficiente para se verificarem amplas mudanças. Seja no amadurecimento psicológico, seja para superar um problema familiar ou para adquirir segurança física; fatores que repercutem profundamente na eficácia da aprendizagem.
Reprovar - uma ou duas vezes - e obrigar o aluno a ficar com os sempre menores causa inadaptação. Provoca desinteresse por ter que ver tudo de novo, e de novo - ainda que os mais severos digam que ele não aprendeu porque era vagabundo. Na indústria automobilística, uma engrenagem que não está dentro das normas vai de novo para a fundição. Com o ser humano é diferente. Não se pode começar do zero como se nada tivesse acontecido de positivo na vida da criança naquele ano. A reprovação anual pode expulsar do sistema de ensino milhares de crianças e jovens que terão nas ruas a sua nova escola. E nelas construirão suas novas companhias, linguagens e tarefas. E o aprendizado capaz de torná-las cidadãos melhores pode acabar substituído pela "viração" e pelos vícios das ruas. Abandono e marginalidade serão o seu novo cotidiano. Alguns podem pensar que a escola tem que premiar - classificando em ordem de resultados numéricos - os mais eficazes. É um equívoco. A escola é lugar de prazer de aprender o novo, aprender habilidades que dão às crianças e ao jovem lugar social e de cooperação. Claro que competir é bom e a escola deve ter espaços para tal. Mas não nas notas ou na aprovação.
Os sistemas de progressão continuada - que são apenas ciclos mais longos do que os anuais - vêm sendo a forma mais eficaz e justa de estabelecer os prazos de reprovação ou corte decisivo para mudança de fase escolar. Paulo Freire, quando secretário da educação do município de São Paulo (1989-91), propôs que fossem três ciclos: da 1ª à 3ª, da 4ª à 6ª e da 7ª à 8ª. E apenas no fim de cada um desses ciclos haveria exames que definiriam se o aluno seria ou não retido. Isso não significava a aprovação automática, mas a criação de um delicado sistema de acompanhamento do aluno.
Um bom ciclo de progressão continuada pressupõe o engajamento de professores e da comunidade escolar, o pleno funcionamento dos conselhos de classe para que cada aluno possa ter suas dificuldades analisadas, além de novas e diferentes medidas de revisão dos pontos críticos para superar as dificuldades. Inclui ainda a escolha adequada dos materiais didáticos e das metrificações do rendimento do aluno. Outro componente essencial é a recuperação. Recuperar não é fazer de novo, do mesmo modo, repetidamente, até o aluno aprender, como se a atividade fosse um simples "escreva cem vezes". O segredo pedagógico é que os professores e coordenadores dessas classes e desses alunos reinventem novas formas de trabalhar, já que as que foram usadas não surtiram efeito. É preciso evoluir da autópsia para a biópsia. Punir uma criança ou um jovem com a repetência nada ensina. Melhor é avaliá-la permanentemente, entender suas dificuldades, corrigir rumos e assumir com ela o compromisso com o sucesso de sua aprendizagem. ALEXANDRE SCHNEIDER é secretário municipal de Educação de São Paulo. FERNANDO JOSÉ DE ALMEIDA é diretor de Educação da TV Cultura, professor de pós-graduação em Educação e ex-secretário municipal de Educação de São Paulo.
A ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL TEM TEMPO PARA TANTA PROPOSTA?
Parlamentares incham grade escolar
O Estado de São Paulo, 27/09/2010 - São Paulo SP
No mês passado, a reportagem do mostrou que, de 2007 até agora, emendas incluíram seis novos conteúdos na de Diretrizes e Bases (LDB) da educação. Isso significa que, além de português, matemática, história, geografia e ciências, os alunos do ensino básico se viram diante de aulas de filosofia, sociologia, artes, música, cultura afro-brasileira e indígena e direitos das crianças e adolescentes. Temas como educação para o trânsito, direitos do idoso e meio ambiente também aparecem como obrigatórios. Um levantamento realizado pelo Observatório da Educação, programa da organização social Ação Educativa, mostra que estão em trâmite hoje, n o Congresso Nacional, mais de 250 propostas que criam ainda mais disciplinas e conteúdos obrigatórios no currículo escolar brasileiro. De acordo com o levantamento do Observatório da Educação, esse número representa cerca de 25% dos projetos de lei da área educacional que estão na Câmara e no Senado. Variedade. A pesquisa mostra ainda que a maioria dos projetos traz temas relacionados ao meio ambiente e à cultura de paz, mas é possível encontrar propostas que querem implementar na grade escolar conteúdos como esperanto e educação financeira.
Na Assembleia Legislativa de São Paulo há mais de 30 projetos de lei que abordam, entre outros temas, turismo, xadrez, educação moral e cívica, ética e cidadania, direito constitucional e até história da Música Popular Brasileira (MPB). As propostas de disciplinas que incham o currículo escolar não são novidade. Em pesquisa para seu doutorado, a professora Rosimar de Fátima Oliveira, educadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), apurou que, entre 1995 e 2003, foram apresentadas por deputados federais 545 propostas de lei para a educação. Os maiores desafios que os remendos na LDB trazem englobam questões estruturais das redes estaduais e municipais de ensino, já que as escolas devem se adaptar contratando professores, criando material didático e organizando a grade de aulas para dar conta de todos os conteúdos e disciplinas que passam a ser obrigatórios.
Não existem levantamentos específicos, mas há relatos de que em vários Estados ainda faltam professores para ministrar as aulas de sociologia. Por essa razão, a disciplina é ensinada por profissionais de outras áreas. Um caso conhecido ocorreu na rede estadual de São Paulo em 2008, quando a Secretaria da Educação teve de cortar aulas de história no ensino médio para aumentar as de filosofia e incluir sociologia na grade. Na época, os alunos do período diurno tiveram uma redução de 80 aulas de história na soma dos três anos do ensino médio. O QUE DIZ A LEI: Segundo a LDB, o governo federal é o responsável por estabelecer, em colaboração com Estados, o Distrito Federal e municípios, as diretrizes dos currículos e seus conteúdos mínimos.
O Estado de São Paulo, 27/09/2010 - São Paulo SP
No mês passado, a reportagem do mostrou que, de 2007 até agora, emendas incluíram seis novos conteúdos na de Diretrizes e Bases (LDB) da educação. Isso significa que, além de português, matemática, história, geografia e ciências, os alunos do ensino básico se viram diante de aulas de filosofia, sociologia, artes, música, cultura afro-brasileira e indígena e direitos das crianças e adolescentes. Temas como educação para o trânsito, direitos do idoso e meio ambiente também aparecem como obrigatórios. Um levantamento realizado pelo Observatório da Educação, programa da organização social Ação Educativa, mostra que estão em trâmite hoje, n o Congresso Nacional, mais de 250 propostas que criam ainda mais disciplinas e conteúdos obrigatórios no currículo escolar brasileiro. De acordo com o levantamento do Observatório da Educação, esse número representa cerca de 25% dos projetos de lei da área educacional que estão na Câmara e no Senado. Variedade. A pesquisa mostra ainda que a maioria dos projetos traz temas relacionados ao meio ambiente e à cultura de paz, mas é possível encontrar propostas que querem implementar na grade escolar conteúdos como esperanto e educação financeira.
Na Assembleia Legislativa de São Paulo há mais de 30 projetos de lei que abordam, entre outros temas, turismo, xadrez, educação moral e cívica, ética e cidadania, direito constitucional e até história da Música Popular Brasileira (MPB). As propostas de disciplinas que incham o currículo escolar não são novidade. Em pesquisa para seu doutorado, a professora Rosimar de Fátima Oliveira, educadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), apurou que, entre 1995 e 2003, foram apresentadas por deputados federais 545 propostas de lei para a educação. Os maiores desafios que os remendos na LDB trazem englobam questões estruturais das redes estaduais e municipais de ensino, já que as escolas devem se adaptar contratando professores, criando material didático e organizando a grade de aulas para dar conta de todos os conteúdos e disciplinas que passam a ser obrigatórios.
Não existem levantamentos específicos, mas há relatos de que em vários Estados ainda faltam professores para ministrar as aulas de sociologia. Por essa razão, a disciplina é ensinada por profissionais de outras áreas. Um caso conhecido ocorreu na rede estadual de São Paulo em 2008, quando a Secretaria da Educação teve de cortar aulas de história no ensino médio para aumentar as de filosofia e incluir sociologia na grade. Na época, os alunos do período diurno tiveram uma redução de 80 aulas de história na soma dos três anos do ensino médio. O QUE DIZ A LEI: Segundo a LDB, o governo federal é o responsável por estabelecer, em colaboração com Estados, o Distrito Federal e municípios, as diretrizes dos currículos e seus conteúdos mínimos.
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