quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Turismo de forma profissional: olhando como empresa e não como indústria.

Esta reflexão que faço abaixo é motivada e despertada por uma matéria de 19 de setembro, num jornal de minha região, que abordava o tema do turismo focalizando como uma indústria. As considerações que faço já são objetos de outros debates (salas de aula, corredores e palestras) e em outros ambientes. Mas me senti, movido, pela matéria que li, a escrever sobre a temática. Ela foi encaminhada como sugestão ao jornal também, mas eu tomei a liberdade de colocar aqui para críticas de todos e todas.

Turismo de forma profissional: olhando como empresa e não como indústria

É comum encontrarmos a afirmação do Turismo como a indústria dos novos tempos. Aliada a este pensamento temos a força de que este será a salvação de nossos problemas econômicos, desde uma perspectiva micro – da pessoa, da família – ao macro – da comunidade, do bairro,do estado, do país. Ainda, esta segunda idéia somada a primeira nos conduz a uma forma de pensamento que nos sugere que a sociedade economicamente produtiva tem sua base na estrutura industrial, por isto o turismo tem que ser uma nova indústria.
Esta é uma lógica que a conclusão não nos leva a prática desejada e menos ainda ao ideal esperado, um Turismo como elemento de construção e desenvolvimento humano e social. A construção e a força dos argumentos envolvidos nesta lógica turística não se sustentam como local forte do real TURISMO.
Primeiro, a construção da idéia do Turismo se deve dar dentro do terceiro setor empresarial da economia e não do segundo setor – industrial - como normalmente encontramos. Aqui poderíamos levar como avanço o pensamento do turismo como um setor empresarial. Se a força deste pensamento já nos invadisse de maneira radical teríamos um grande ganho, pois não veríamos como uma atividade feita de qualquer modo, sem preparo, enfim, sem profissionalismo.
O turismo, aquém de suas inúmeras conceituações, é sim um elemento acarretador de valores e entre eles os valores monetários. Entretanto é bom ter ciência de que este valor econômico é percebido como elemento de integralização de uma série de elementos que o integram, até outros econômicos. O turismo é força e valor no meio de um conjunto de forças e valores, entre eles o primeiro é a própria consciência e agir público, da comunidade.
Assim, só com a percepção e ação de conjunto que sabemos que o coletivo pode ter seus objetivos e metas determinadas e alcançadas. Um trabalho de agenda pública. Assim, nenhum setor pode almejar para si a empreita salvífica. Temos em nossas mãos a nossa história de que a indústria não é mais para si a fonte de todos os valores e desenvolvimentos humanos – pode até acarretar um forte fluxo econômico, mas não garante a igualdade dos mesmos e a nossa história nos mostra que isto é uma verdade. Assim, pensar o Turismo como este novo empreendimento salvador me parece uma ousadia. Mas compreendê-lo como um elemento integrador de condições que emanam da comunidade me parece uma idéia mais plausível e mais fiel a condição de uma agenda pública de desenvolvimento.
Enfim, pensar no Turismo como Indústria me parece uma forma problemática e com danos de ação e de desenvolvimento muito comprometedores. O turismo não é indústria, pois se fosse perderia seu sentido e suas características; disto têm que para pensar o Turismo de maneira muito séria, para no mínimo termos uma ação mais eficaz e eficiente, os caminhos que me parecem que temos que realizarmos são: os seus limites como indústria e avançar para o caminho profissional, que ao meu entender, é olhar o Turismo como uma empresa.

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