Qualidade na educação
Gazeta de Cuiabá, 19/03/2010 - Cuiabá MT
Elias Januário
A sala de aula de uma escola é o espaço por excelência para se verificar os avanços e retrocessos num sistema educacional. É nesse microespaço que as mudanças do ensino avançam para o sucesso ou tornam mais um fracasso registrado na história da educação. Avançar para patamares que superem o sistema tradicional de ensino deve ser um propósito constante no contexto das salas de aula de todo o país. A escola tem uma importância fundamental na formação das novas gerações e consequentemente na consolidação de novos paradigmas.
Rever os modelos educativos existentes significa repensarmos o que ensinamos aos nossos alunos e como ensinamos a eles, para que tenhamos adultos comprometidos com as questões éticas, humanitárias, inclusivas e abertos ao mundo globalizado. Lamentavelmente ainda persiste em muitos estabelecimentos escolares e entre vários educadores e pais a perspectiva conservadora de que uma escola de qualidade é aquela que passa uma quantidade enorme de conteúdos para os alunos na forma de datas, fórmulas, conceitos e exercícios. Persiste a ideia de um aprendizado baseado na racionalidade, no desenvolvimento do aspecto cognitivo, que considera apenas como parâmetro para avaliação a quantificação. Esse tipo de processo de ensino-aprendizagem valoriza métodos medievais que vão da exposição oral a memorização, os treinamentos e a repetição.
Uma escola que se diferencia desse modelo, uma escola que ofereça um ensino de qualidade, deve primar por uma perspectiva de formação social e humanitária, buscando a aproximação dos estudantes entre si e das disciplinas como um meio de conhecer e transformar o mundo que o cerca. Podemos definir um ensino como sendo de qualidade a partir das condições do trabalho pedagógico desenvolvido, que entre outras coisas, possibilita a formação de redes de saberes e de relações que se entrelaçam por caminhos imprevisíveis para chegar ao conhecimento. Vamos ter ensino de qualidade quando a prática educativa pautar-se na solidariedade, na ajuda mútua, na troca de saberes entre todos os envolvidos no processo educativo. Nesta perspectiva de educação qualitativa, prevalecem os métodos de experimentação, a descoberta, a pesquisa, a criação, a busca do conhecimento. O importante é o que os alunos são capazes de aprender verdadeiramente no momento presente, para que se desenvolvam em um ambiente prazeroso e aberto a oportunidades para novas experimentações e possibilidades. Uma escola de qualidade deve ser também um espaço de construção de personalidade, de civilidade, de solidariedade. Deve-se buscar a consolidação de estudantes como pensadores autônomos e críticos. Nesses ambientes as crianças devem ser estimuladas a valorizar a diferença pela convivência com seus pares, pelo exemplo de seus professores, pelo clima de convivência estabelecido com toda a comunidade escolar. Escolas concebidas dessa forma não excluem nenhum aluno das atividades e do convívio escolar, onde todos têm possibilidades de aprender com qualidade frequentando uma mesma e única escola.
sábado, 20 de março de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Arquivo do blog
- março (1)
- fevereiro (5)
- setembro (7)
- agosto (4)
- abril (3)
- novembro (4)
- outubro (28)
- outubro (1)
- maio (1)
- abril (2)
- março (1)
- outubro (4)
- setembro (1)
- agosto (2)
- julho (4)
- junho (2)
- maio (9)
- abril (56)
- março (27)
- janeiro (1)
- dezembro (3)
- junho (10)
- fevereiro (1)
- janeiro (1)
- novembro (1)
- outubro (5)
- setembro (1)
Nenhum comentário:
Postar um comentário