terça-feira, 13 de abril de 2010

Educação Integral e o rendimento escolar

Experiência de educação integral melhora nota e zera evasão
Sarah Fernandes enviada especial a Brasília (DF)
Portal Aprendiz, 30/03/2010

A experiência de educação integral da rede municipal de Apucarana, no Paraná, melhorou o rendimento dos alunos em provas oficiais de monitoramento, reduziu a taxa de evasão a quase zero e aumentou a renda das famílias ao permitir que mulheres saíssem de casa para trabalhar. O sistema de ensino foi apresentado como uma experiência bem sucedida em educação integral na Conferência Nacional de Educação (Conae), que acontece até 1º de abril, em Brasília (DF).

Desde 2001, as crianças de 1ª a 4ª da rede municipal de Apucarana estudam das 7h30 às 16h30. Além das aulas em salas de aula elas participam de atividades como esportes, teatro, oficinas de robótica e jogos pedagógicos. No começo, as atividades eram realizadas em clubes e salões de igrejas, viabilizadas por parcerias com a sociedade. “A escola de tempo integral não é para ocupar a criança, mas para agregar a ela um olhar de integridade”, contou o secretário de Desenvolvimento Humano de Apucarana, Cláudio Aparecido da Silva.

Para implantar o novo modelo, foi necessário adaptar merenda, transporte e capacitação de professores, segundo Silva. “Alimentação era um ponto importante, porque a criança fica o dia todo fora de casa. Para dar conta, passamos a comprar os alimentos de pequenos produtores e implantamos um projeto de reeducação para evitar desperdício”, conta. “No começo houve grande resistência, porque educação integral não faz parte da cultura brasileira”. Quase dez anos depois, o município apresenta aumento no índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), crescimento de sua taxa de aprovação, redução para quase zero das taxas de evasão escolar e cumprimento de 21% das metas para educação em 2012, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Humano. Além disso, o órgão aponta que o sistema contribuiu para a redução da violência e fortalecimento da agricultura local.

Tempo e perspectiva integral - “Quem forma os alunos? Não é só a escola, mas também a família e a comunidade”, avaliou a especialista em educação no campo, Tânia Figueiredo, que também participou do debate. “Todos os espaços são educativos e todas as potencialidades do aluno podem ser desenvolvidas”, completou. “Espaços diferentes permitem que as crianças criem perspectivas maiores e que sejam mais”, avaliou Tânia. “Mas não adianta ter espaços se o educador não está preparado para encontrar oportunidades de educação integral. Pensar nesse tipo de educação é pensar na natureza humana”, completou

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