Educação: para onde vamos?
Isaac Roitman Membro titular da Academia Brasileira de Ciências e coordenador do Grupo de Trabalho de Educação da Sociedade Brasileira
Correio Braziliense, 11/05/2010 - Brasília DF
Na maioria dos países, os sistemas educacionais estão sendo revistos. Espera-se que a educação prepare os jovens para o mundo do trabalho, para sua independência econômica, para que eles possam viver de forma construtiva em comunidades responsáveis e para que possam conviver e compreender a diversidade cultural de uma sociedade que se transforma de uma forma muito rápida. Espera-se que a educação ajude os jovens a construírem suas vidas em um cenário de futuro que ninguém com certeza pode predizer. No Brasil, há muitas décadas todos os governos proclamam que a educação é sua meta prioritária. Proclamação demagógica e enganosa. Segundo todos os índices e pesquisas nacionais ou internacionais, a qualidade da educação brasileira é cada vez mais vergonhosa, constituindo-se como a maior das tragédias nacionais. O papel do educador enquanto facilitador da liberdade de aprendizagem para transformar socialmente os indivíduos não passa de uma intenção não concretizada na educação brasileira.
Ainda durante 2010 o Congresso Nacional definirá o Plano Nacional de Educação (PNE), estabelecendo as metas e prioridades para o período de 2011 a 2020. A discussão será baseada nas proposições que deverão emergir da Conferência Nacional de Educação (Conae), evento que terminou no início de abril. Certamente, nossos parlamentares terão um cardápio de ações relevantes para a melhoria da qualidade de educação em todos os níveis.
O PNE atual, assim como os anteriores, deverá pautar as ações necessárias em várias dimensões para mudar o cenário da educação do país: 1. Qualificação de professores com formação científica atualizada, adequada e comprovada; 2. Condições de trabalho que permitam a atualização permanente e acesso às metodologias modernas do ensino e aprendizagem; 3. Remuneração atrativa; 4. Substituição de conteúdos inúteis por exercícios de criatividade, crítica e de resolução de problemas; 5. Arquitetura escolar adequada; 6. Gestão eficiente; e 7. Avaliação interna e externa. Ou iniciamos agora uma verdadeira revolução na educação ou estaremos a lamentar nas próximas décadas ter perdido mais uma oportunidade de sermos protagonistas da transformação social que nosso povo merece.
Sempre é bom lembrar e destacar que há algumas décadas vários países decidiram eliminar a tragédia da educação que os assolavam. Esses países não estavam em situação muito diferente da nossa. Vamos lembrar o exemplo da Coreia do Sul, que na década de 50 do século passado estava destruída por uma guerra civil que dividiu a Coreia ao meio e a maior parte da população vivia na miséria. Um em cada três coreanos era analfabeto. Hoje, oito em cada 10 chegam à universidade. A transformação começou com uma lei — integralmente respeitada — que tornou o ensino básico prioridade. Inicialmente, os recursos foram concentrados nos primeiros oito anos de estudo. Os frutos dessa decisão não demoraram a serem colhidos. O país começou a crescer rápido, em média, 9% ao ano, durante mais de três décadas. Hoje, graças à sólida massa crítica de cientistas que forma todos os anos, a Coreia está pronta para entrar no Primeiro Mundo, tendo como cartão de visita uma incrível capacidade de inovação tecnológica.
Poderíamos pensar que os coreanos perderam a inquietação dos anos 1950. Ledo engano. Em dezembro de 2009, um documento foi elaborado pelo Ministério da Educação e Ciência e Tecnologia daquele país: Políticas e planos para 2010. Uma das metas seria o estímulo à criatividade na educação, sobretudo na básica. A meta envolvia a redução dos conteúdos e o incentivo ao domínio das linguagens, da matemática, dos estudos sociais e da ciência, da consciência da diversidade cultural, da habilidade para solução de problemas e da capacidade de trabalhar em grupos. Temos que decidir agora qual país legaremos aos nossos descendentes. Se nada fizermos, seremos no futuro uma sociedade com graves injustiças sociais, com índices assustadores de violência, com total desrespeito ao próximo e outras mazelas amplificadas que temos no presente. Certamente seremos um país colonizado e explorado. O futuro da educação está em nossas mãos. Cabe a todos nós decidir para onde vamos.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
INTERNET, SALA DE AULA
Portal Terra Educação, 07/05/2010
Se bem utilizada, internet pode ajudar alunos na escola
Aos olhos de muitos pais e professores, internet e estudo nunca foram uma boa combinação. Bate-papos virtuais, sites de jogos online e outras "diversões" da rede são constantemente associados a notas e rendimento escolar baixos. Mas nem tudo na web é prejudicial ao aluno: diversos sites permitem que estudantes, de um jeito mais divertido, tenham contato com temas considerados difíceis em sala de aula. "A internet já é uma realidade em praticamente todas as casas e isso não pode ser ignorado. Se bem utilizada, pode ser uma ferramenta muito útil de auxílio ao aluno", afirma a pedagoga Aline Feijó. Ao navegar pela rede, crianças e adolescentes encontram um verdadeiro arsenal para auxiliar em pesquisas e trabalhos escolares. O Museu da Língua Portuguesa (museulinguaportuguesa.org.br), em São Paulo, traz em seu portal informações sobre exposições, fotos das dependências do local, além de textos que podem ajudar os estudantes na hora de fazer uma redação. Se a dúvida for sobre História do Brasil, a página do Museu Histórico Nacional (www.museuhistoriconacional.com.br), no Rio, possui amplo arquivo sobre fatos e acontecimentos relevantes da história do país.
Para Bruno Engel, 11 anos, a internet é um poderoso aliado dos trabalhos solicitados por professores em sala de aula. Por isso, sempre que precisa se aprofundar mais sobre determinado assunto, recorre a sites de pesquisa como Google (www.google.com.br) e Wikipedia (www.wikipedia.org).
Pesquisas na rede - "É muito melhor do que pesquisar em jornais e revistas, que podem não falar sobre o assunto que eu preciso. A internet é mais rápida", explica. Além de ajudar o aluno, pais e professores também costumam recorrer ao Google para evitar que recursos com o copiar e colar sejam utilizados por estudantes.
"Geralmente acompanho a pesquisa junto com meu filho. Mas mesmo assim, depois que ele termina, costumo jogar alguns trechos do texto no Google para ver se ele não copiou na íntegra, ao invés de apreender o sentido e fazer sua própria redação", revela Ana Cristina Fiedler, mãe de Bruno. Para estimular a criatividade, alguns sites apostam na interatividade para conquistar usuários mirins. É o caso da Máquina de quadrinhos (www.maquinadequadrinhos.com.br), que disponibiliza personagens da Turma da Mônica para que aspirantes a escritor possam desenvolver suas próprias histórias em quadrinho. Se o objetivo do aluno for saber um pouco mais sobre temas como ecologia, saúde, e ainda conhecer a realidade de comunidades de baixa renda, o site Cambitolândia é o endereço ideal. Com jogos, histórias e diversas atividades interativas, a página do personagem Cambito tem tudo para divertir - e ensinar - crianças e adolescentes.
Consideradas as grandes vilãs pela maioria dos estudantes, matérias como Matemática, Física e Química podem ser aprendidas de um jeito mais divertido. O Ministério da Educação (http://rived.mec.gov.br/site_objeto_lis.php ) e a Escola do Futuro da USP (http://www.labvirt.fe.usp.br/indice.asp )criaram, em seus respectivos portais, jogos interativos que ensinam noções destas matérias aos estudantes. Apesar de tantos atrativos, a internet não deve ser utilizada sem um monitoramento de pais e professores. Estabelecer um limite máximo de horas passadas em frente à tela do computador é um dos maiores dilemas entre pais e filhos. "Apesar de sites divertidos e ferramentas de auxílio para pesquisas, a criança e o adolescente não podem esquecer-se de praticar um esporte, ler um livro e sair com os amigos. A internet deve ser apenas mais uma delas", afirma Aline.
Se bem utilizada, internet pode ajudar alunos na escola
Aos olhos de muitos pais e professores, internet e estudo nunca foram uma boa combinação. Bate-papos virtuais, sites de jogos online e outras "diversões" da rede são constantemente associados a notas e rendimento escolar baixos. Mas nem tudo na web é prejudicial ao aluno: diversos sites permitem que estudantes, de um jeito mais divertido, tenham contato com temas considerados difíceis em sala de aula. "A internet já é uma realidade em praticamente todas as casas e isso não pode ser ignorado. Se bem utilizada, pode ser uma ferramenta muito útil de auxílio ao aluno", afirma a pedagoga Aline Feijó. Ao navegar pela rede, crianças e adolescentes encontram um verdadeiro arsenal para auxiliar em pesquisas e trabalhos escolares. O Museu da Língua Portuguesa (museulinguaportuguesa.org.br), em São Paulo, traz em seu portal informações sobre exposições, fotos das dependências do local, além de textos que podem ajudar os estudantes na hora de fazer uma redação. Se a dúvida for sobre História do Brasil, a página do Museu Histórico Nacional (www.museuhistoriconacional.com.br), no Rio, possui amplo arquivo sobre fatos e acontecimentos relevantes da história do país.
Para Bruno Engel, 11 anos, a internet é um poderoso aliado dos trabalhos solicitados por professores em sala de aula. Por isso, sempre que precisa se aprofundar mais sobre determinado assunto, recorre a sites de pesquisa como Google (www.google.com.br) e Wikipedia (www.wikipedia.org).
Pesquisas na rede - "É muito melhor do que pesquisar em jornais e revistas, que podem não falar sobre o assunto que eu preciso. A internet é mais rápida", explica. Além de ajudar o aluno, pais e professores também costumam recorrer ao Google para evitar que recursos com o copiar e colar sejam utilizados por estudantes.
"Geralmente acompanho a pesquisa junto com meu filho. Mas mesmo assim, depois que ele termina, costumo jogar alguns trechos do texto no Google para ver se ele não copiou na íntegra, ao invés de apreender o sentido e fazer sua própria redação", revela Ana Cristina Fiedler, mãe de Bruno. Para estimular a criatividade, alguns sites apostam na interatividade para conquistar usuários mirins. É o caso da Máquina de quadrinhos (www.maquinadequadrinhos.com.br), que disponibiliza personagens da Turma da Mônica para que aspirantes a escritor possam desenvolver suas próprias histórias em quadrinho. Se o objetivo do aluno for saber um pouco mais sobre temas como ecologia, saúde, e ainda conhecer a realidade de comunidades de baixa renda, o site Cambitolândia é o endereço ideal. Com jogos, histórias e diversas atividades interativas, a página do personagem Cambito tem tudo para divertir - e ensinar - crianças e adolescentes.
Consideradas as grandes vilãs pela maioria dos estudantes, matérias como Matemática, Física e Química podem ser aprendidas de um jeito mais divertido. O Ministério da Educação (http://rived.mec.gov.br/site_objeto_lis.php ) e a Escola do Futuro da USP (http://www.labvirt.fe.usp.br/indice.asp )criaram, em seus respectivos portais, jogos interativos que ensinam noções destas matérias aos estudantes. Apesar de tantos atrativos, a internet não deve ser utilizada sem um monitoramento de pais e professores. Estabelecer um limite máximo de horas passadas em frente à tela do computador é um dos maiores dilemas entre pais e filhos. "Apesar de sites divertidos e ferramentas de auxílio para pesquisas, a criança e o adolescente não podem esquecer-se de praticar um esporte, ler um livro e sair com os amigos. A internet deve ser apenas mais uma delas", afirma Aline.
TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO
Revista IstoÉ, Edição 2113
Tecnologia na sala de aula
Carteiras com teclado, telas sensíveis ao toque e conteúdo em 3D. As escolas chegaram ao século XXI
Verônica Mambrini
Nada é mais tradicional do que a aula “cuspe e giz”, aquela que só depende da fala do professor para se concretizar. Mas a tecnologia está fornecendo cada vez mais recursos para turbinar o que acontece na escola e deixar o dia a dia dessa geração de crianças tão digitais mais próximo de sua realidade. Aliados poderosos, como a projeção tridimensional, facilitam o ensino de temas intrincados, como reações químicas ou demonstrações de leis da física. Já existem no mercado, por exemplo, diversos softwares que apresentam os conteúdos didáticos do currículo proposto pelo Ministério da Educação. Pode-se desenvolver material para todas as disciplinas com interatividade, usando capacetes e luvas que transmitem o movimento dos alunos. Isso sem falar nas carteiras com teclado, mouse e telas sensíveis ao toque. Tudo para atrair a garotada.
“Quando você percebe que essas crianças entram em uma sala de aula no mesmo formato do século XIX, há cansaço, desentendimento, falta de vontade de aprender”, afirma Jorge Vidal, diretor da Interdidática, feira que aconteceu recentemente em São Paulo e trouxe os lançamentos de ponta do setor para o mercado brasileiro. O Colégio Castanheiras, na capital paulista, abraçou a tecnologia. A partir do segundo ano do ensino fundamental todas as salas têm lousa digital e a tradicional e dois computadores ligados à internet – um para o professor e outro para os alunos. Do oitavo ano em diante, os estudantes também usam notebooks. “As salas têm sempre as duas lousas, porque somos da geração da transição, com giz e mouse, que não brigam”, diz a diretora pedagógica Débora Vaz. Aliadas às lousas digitais, carteiras especiais permitem integrar totalmente as aulas com a apresentação do professor. Fechadas, elas parecem comuns, com tampa de madeira e apoio para canetas e lápis. Sob a tampa, monitor, mouse e teclado.
Toda a tecnologia disponível, no entanto, não assegura por si só uma revolução educacional. É preciso aprimorar didática e conteúdos. O desafio agora é garantir o bom uso da tecnologia. “O risco é repetir o velho com a ferramenta nova”, diz Nilbo Nogueira, doutor em educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Novas mídias, recursos e possibilidades garantem mais chances de aprendizado para toda a sala, afirma o professor. “Há alunos mais visuais, outros que aprendem ouvindo. Mas, na aula tradicional, você atinge menos gente.” Outra boa notícia é que a disponibilidade da tecnologia não está apenas nas escolas de elite. A Sapienti, empresa que desenvolve lousas e salas multimídia, tem nas escolas públicas seu principal cliente. “Na rede pública, 30% dos alunos não tinham computador em casa, mas 60% deles acessavam de um cybercafé”, diz Gonçalo Clapes Margall, diretor da Sapienti. Diante da revolução digital, a rendição parece inevitável.
Tecnologia na sala de aula
Carteiras com teclado, telas sensíveis ao toque e conteúdo em 3D. As escolas chegaram ao século XXI
Verônica Mambrini
Nada é mais tradicional do que a aula “cuspe e giz”, aquela que só depende da fala do professor para se concretizar. Mas a tecnologia está fornecendo cada vez mais recursos para turbinar o que acontece na escola e deixar o dia a dia dessa geração de crianças tão digitais mais próximo de sua realidade. Aliados poderosos, como a projeção tridimensional, facilitam o ensino de temas intrincados, como reações químicas ou demonstrações de leis da física. Já existem no mercado, por exemplo, diversos softwares que apresentam os conteúdos didáticos do currículo proposto pelo Ministério da Educação. Pode-se desenvolver material para todas as disciplinas com interatividade, usando capacetes e luvas que transmitem o movimento dos alunos. Isso sem falar nas carteiras com teclado, mouse e telas sensíveis ao toque. Tudo para atrair a garotada.
“Quando você percebe que essas crianças entram em uma sala de aula no mesmo formato do século XIX, há cansaço, desentendimento, falta de vontade de aprender”, afirma Jorge Vidal, diretor da Interdidática, feira que aconteceu recentemente em São Paulo e trouxe os lançamentos de ponta do setor para o mercado brasileiro. O Colégio Castanheiras, na capital paulista, abraçou a tecnologia. A partir do segundo ano do ensino fundamental todas as salas têm lousa digital e a tradicional e dois computadores ligados à internet – um para o professor e outro para os alunos. Do oitavo ano em diante, os estudantes também usam notebooks. “As salas têm sempre as duas lousas, porque somos da geração da transição, com giz e mouse, que não brigam”, diz a diretora pedagógica Débora Vaz. Aliadas às lousas digitais, carteiras especiais permitem integrar totalmente as aulas com a apresentação do professor. Fechadas, elas parecem comuns, com tampa de madeira e apoio para canetas e lápis. Sob a tampa, monitor, mouse e teclado.
Toda a tecnologia disponível, no entanto, não assegura por si só uma revolução educacional. É preciso aprimorar didática e conteúdos. O desafio agora é garantir o bom uso da tecnologia. “O risco é repetir o velho com a ferramenta nova”, diz Nilbo Nogueira, doutor em educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Novas mídias, recursos e possibilidades garantem mais chances de aprendizado para toda a sala, afirma o professor. “Há alunos mais visuais, outros que aprendem ouvindo. Mas, na aula tradicional, você atinge menos gente.” Outra boa notícia é que a disponibilidade da tecnologia não está apenas nas escolas de elite. A Sapienti, empresa que desenvolve lousas e salas multimídia, tem nas escolas públicas seu principal cliente. “Na rede pública, 30% dos alunos não tinham computador em casa, mas 60% deles acessavam de um cybercafé”, diz Gonçalo Clapes Margall, diretor da Sapienti. Diante da revolução digital, a rendição parece inevitável.
A BOA ESCOLA
Escola boa tem aluno e professor engajados
Dez colégios estaduais são citados em estudo que lista as melhores práticas de 35 instituições em todo o país
Tatiana Duarte
O que faz com que escolas pertencentes a uma mesma rede de ensino tenham desempenhos tão diferentes? A resposta, segundo quem entende do assunto, não é nenhum bicho de sete cabeças. O que faz a diferença é o simples comprometimento entre educadores e alunos, mostra uma pesquisa feita em 35 escolas públicas “de sucesso” do Paraná e outros três estados – Acre, Ceará e São Paulo. Das escolas escolhidas para a pesquisa, 10 são da rede estadual do Paraná. Todas elas têm em comum a parceria entre educadores e alunos. “Algo que nos surpreendeu é que os profissionais acreditam no sucesso de seus estudantes”, explica o diretor de concepções e orientações curriculares para a educação básica do MEC, Carlos Artexes Simões.
No Colégio Estadual Nilson Baptista Ribas, localizado no bairro Seminário, em Curitiba, a equipe escolar se baseia na motivação e na expectativa do sucesso. “O idealismo em educar se sobrepõe às dificuldades que encontramos no dia a dia”, afirma a pedagoga Heloísa Alves Passarella, que atua há 20 anos no colégio. Além de construir regras claras de convivência com pais e estudantes, o colégio também possui uma liderança forte, que está aberta a ouvir. E é assim, de portas abertas, que permanece a sala da diretora Evelise Sermann. Enquanto atendia a reportagem, Evelise era constantemente interrompida por alunos que não hesitavam em procurá-la para tirar dúvidas. “Aqui é sempre assim. Ninguém precisa marcar hora para falar com a direção e falamos de igual para igual. Todos se respeitam na sua individualidade”, diz a diretora.
São cerca de 400 alunos matriculados no ensino médio, o que representa mais da metade do total de 700 estudantes do colégio, que também oferece fundamental. Diferente da maioria das escolas de ensino médio do país, evasão nesta modalidade é algo que não existe no Nilson Baptista Ribas. Neste ano, outras seis turmas foram abertas por causa da grande procura. “Os jovens acreditam na escola, sabem que vai agregar valor à vida deles”, ressalta Evelise. De acordo com o diretor do MEC, as escolas pesquisadas não são as que possuem os melhores resultados em avaliações formais, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Índice da Educação Básica (Ideb). “Foram escolhidas porque surpreendem dentro do grupo de instituições que possuem perfis semelhantes”, explica.
Gargalo - É justamente no primeiro ano do ensino médio que um a cada seis alunos desistem da escola, de acordo com levantamento feito pelo Instituto de Estatísticas e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em 2007. Em 2008, segundo pesquisa realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), 14,3% dos jovens com idade entre 15 e 17 anos desistiram da escola. Na opinião do diretor do MEC, o ensino médio vive algumas indefinições mundiais e, apesar do alto índice de evasão nesta modalidade de ensino, o Brasil ainda é uma referência conceitual. “Aqui temos a concepção de que o ensino médio é uma etapa essencial da educação básica”, diz Simões. Apesar disso, ele reconhece que, em geral, o jovem brasileiro não vê sentido no ensino médio. Desafio - A chefe do Departamento da Educação Básica da Secretaria de Estado da Educação, Mary Lane Hutner, ressalta que 1.276 escolas da rede estadual oferecem ensino médio no Paraná e também reconhece que há um desafio para manter os jovens em sala de aula. “Uma de nossas ações é investir no ensino médio integrado à educação profissional”, afirma.
Dez colégios estaduais são citados em estudo que lista as melhores práticas de 35 instituições em todo o país
Tatiana Duarte
O que faz com que escolas pertencentes a uma mesma rede de ensino tenham desempenhos tão diferentes? A resposta, segundo quem entende do assunto, não é nenhum bicho de sete cabeças. O que faz a diferença é o simples comprometimento entre educadores e alunos, mostra uma pesquisa feita em 35 escolas públicas “de sucesso” do Paraná e outros três estados – Acre, Ceará e São Paulo. Das escolas escolhidas para a pesquisa, 10 são da rede estadual do Paraná. Todas elas têm em comum a parceria entre educadores e alunos. “Algo que nos surpreendeu é que os profissionais acreditam no sucesso de seus estudantes”, explica o diretor de concepções e orientações curriculares para a educação básica do MEC, Carlos Artexes Simões.
No Colégio Estadual Nilson Baptista Ribas, localizado no bairro Seminário, em Curitiba, a equipe escolar se baseia na motivação e na expectativa do sucesso. “O idealismo em educar se sobrepõe às dificuldades que encontramos no dia a dia”, afirma a pedagoga Heloísa Alves Passarella, que atua há 20 anos no colégio. Além de construir regras claras de convivência com pais e estudantes, o colégio também possui uma liderança forte, que está aberta a ouvir. E é assim, de portas abertas, que permanece a sala da diretora Evelise Sermann. Enquanto atendia a reportagem, Evelise era constantemente interrompida por alunos que não hesitavam em procurá-la para tirar dúvidas. “Aqui é sempre assim. Ninguém precisa marcar hora para falar com a direção e falamos de igual para igual. Todos se respeitam na sua individualidade”, diz a diretora.
São cerca de 400 alunos matriculados no ensino médio, o que representa mais da metade do total de 700 estudantes do colégio, que também oferece fundamental. Diferente da maioria das escolas de ensino médio do país, evasão nesta modalidade é algo que não existe no Nilson Baptista Ribas. Neste ano, outras seis turmas foram abertas por causa da grande procura. “Os jovens acreditam na escola, sabem que vai agregar valor à vida deles”, ressalta Evelise. De acordo com o diretor do MEC, as escolas pesquisadas não são as que possuem os melhores resultados em avaliações formais, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Índice da Educação Básica (Ideb). “Foram escolhidas porque surpreendem dentro do grupo de instituições que possuem perfis semelhantes”, explica.
Gargalo - É justamente no primeiro ano do ensino médio que um a cada seis alunos desistem da escola, de acordo com levantamento feito pelo Instituto de Estatísticas e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em 2007. Em 2008, segundo pesquisa realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), 14,3% dos jovens com idade entre 15 e 17 anos desistiram da escola. Na opinião do diretor do MEC, o ensino médio vive algumas indefinições mundiais e, apesar do alto índice de evasão nesta modalidade de ensino, o Brasil ainda é uma referência conceitual. “Aqui temos a concepção de que o ensino médio é uma etapa essencial da educação básica”, diz Simões. Apesar disso, ele reconhece que, em geral, o jovem brasileiro não vê sentido no ensino médio. Desafio - A chefe do Departamento da Educação Básica da Secretaria de Estado da Educação, Mary Lane Hutner, ressalta que 1.276 escolas da rede estadual oferecem ensino médio no Paraná e também reconhece que há um desafio para manter os jovens em sala de aula. “Uma de nossas ações é investir no ensino médio integrado à educação profissional”, afirma.
sábado, 8 de maio de 2010
DIA DAS MÃES _Curiosidade sobre sua origem
História do Dia da Mães
As mais antigas celebrações do Dia da Mãe remontam às comemorações primaveris da Grécia Antiga, em honra de Rhea, mulher de Cronos e Mãe dos Deuses. Em Roma, as festas comemorativas do Dia da Mãe eram dedicadas a Cybele, a Mãe dos Deuses romanos, e as cerimônias em sua homenagem começaram por volta de 250 anos antes do nascimento de Cristo.
Durante o século XVII, a Inglaterra celebrava no 4º Domingo de Quaresma (40 dias antes da Páscoa) um dia chamado “Domingo da Mãe”, que pretendia homenagear todas as mães inglesas. Neste período, a maior parte da classe baixa inglesa trabalhava longe de casa e vivia com os patrões. No Domingo da Mãe, os servos tinham um dia de folga e eram encorajados a regressar a casa e passar esse dia com a sua mãe.
À medida que o Cristianismo se espalhou pela Europa passou a homenagear-se a “Igreja Mãe” – a força espiritual que lhes dava vida e os protegia do mal. Ao longo dos tempos a festa da Igreja foi-se confundindo com a celebração do Domingo da Mãe. As pessoas começaram a homenagear tanto as suas mães como a Igreja.
Nos Estados Unidos, a comemoração de um dia dedicado às mães foi sugerida pela primeira vez em 1872 por Julia Ward Howe e algumas apoiantes, que se uniram contra a crueldade da guerra e lutavam, principalmente, por um dia dedicado à paz.
A maioria das fontes é unânime acerca da idéia da criação de um Dia da Mãe. A idéia partiu de Anna Jarvis, que em 1904, quando a sua mãe morreu, chamou a atenção na igreja de Grafton para um dia especialmente dedicado a todas as mães. Três anos depois, a 10 de Maio de 1907, foi celebrado o primeiro Dia da Mãe, na igreja de Grafton, reunindo praticamente família e amigos. Nessa ocasião, a sra. Jarvis enviou para a igreja 500 cravos brancos, que deviam ser usados por todos, e que simbolizavam as virtudes da maternidade. Ao longo dos anos enviou mais de 10.000 cravos para a igreja de Grafton – encarnados para as mães ainda vivas e brancos para as já desaparecidas – e que são hoje considerados mundialmente com símbolos de pureza, força e resistência das mães.
Segundo Anna Jarvis seria objetivo deste dia tomarmos novas medidas para um pensamento mais activo sobre as nossas mães. Através de palavras, presentes, atos de afeto e de todas as maneiras possíveis deveríamos proporcionar-lhe prazer e trazer felicidade ao seu coração todos os dias, mantendo sempre na lembrança o Dia da Mãe.
Face à aceitação geral, a sra. Jarvis e os seus apoiantes começaram a escrever a pessoas influentes, como ministros, homens de negócios e políticos com o intuito de estabelecer um Dia da Mãe a nível nacional, o que daria às mães o justo estatuto de suporte da família e da nação.
A campanha foi de tal forma bem sucedida que em 1911 era celebrado em praticamente todos os estados. Em 1914, o Presidente Woodrow Wilson declarou oficialmente e a nível nacional o 2º Domingo de Maio como o Dia da Mãe.
Hoje em dia, muitos de nós celebram o Dia da Mãe com pouco conhecimento de como tudo começou. No entanto, podemos identificar-nos com o respeito, o amor e a honra demonstrados por Anna Jarvis há 96 anos atrás.
Apesar de ter passado quase um século, o amor que foi oficialmente reconhecido em 1907 é o mesmo amor que é celebrado hoje e, à nossa maneira, podemos fazer deste um dia muito especial.
E é o que fazem praticamente todos os países, apesar de cada um escolher diferentes datas ao longo do ano para homenagear aquela que nos põe no mundo.
Em Portugal, até há alguns anos atrás, o dia da mãe era comemorado a 8 de Dezembro, mas atualmente o Dia da Mãe é no 1º Domingo de Maio, em homenagem a Maria, Mãe de Cristo
No Brasil a introdução desta data se deu no RIO GRANDE DO SUL, em 12 de maio de 1918, por iniciativa de EULA K. LONG, em SÃO PAULO, a primeira comemoração se deu em 1921.
A oficialização se deu por decreto no Governo Provisório de Getúlio Vargas, que em 5 de maio de 1932, assinou o decreto nº 21.366.
Em 1947, a data foi incluída no calendário oficial da Igreja Católica por determinação do Cardeal Arcebispo do Rio, Dom Jaime de Barros Câmara.
Fonte: Guia dos Curiosos (Marcelo Duarte) - Portugal
As mais antigas celebrações do Dia da Mãe remontam às comemorações primaveris da Grécia Antiga, em honra de Rhea, mulher de Cronos e Mãe dos Deuses. Em Roma, as festas comemorativas do Dia da Mãe eram dedicadas a Cybele, a Mãe dos Deuses romanos, e as cerimônias em sua homenagem começaram por volta de 250 anos antes do nascimento de Cristo.
Durante o século XVII, a Inglaterra celebrava no 4º Domingo de Quaresma (40 dias antes da Páscoa) um dia chamado “Domingo da Mãe”, que pretendia homenagear todas as mães inglesas. Neste período, a maior parte da classe baixa inglesa trabalhava longe de casa e vivia com os patrões. No Domingo da Mãe, os servos tinham um dia de folga e eram encorajados a regressar a casa e passar esse dia com a sua mãe.
À medida que o Cristianismo se espalhou pela Europa passou a homenagear-se a “Igreja Mãe” – a força espiritual que lhes dava vida e os protegia do mal. Ao longo dos tempos a festa da Igreja foi-se confundindo com a celebração do Domingo da Mãe. As pessoas começaram a homenagear tanto as suas mães como a Igreja.
Nos Estados Unidos, a comemoração de um dia dedicado às mães foi sugerida pela primeira vez em 1872 por Julia Ward Howe e algumas apoiantes, que se uniram contra a crueldade da guerra e lutavam, principalmente, por um dia dedicado à paz.
A maioria das fontes é unânime acerca da idéia da criação de um Dia da Mãe. A idéia partiu de Anna Jarvis, que em 1904, quando a sua mãe morreu, chamou a atenção na igreja de Grafton para um dia especialmente dedicado a todas as mães. Três anos depois, a 10 de Maio de 1907, foi celebrado o primeiro Dia da Mãe, na igreja de Grafton, reunindo praticamente família e amigos. Nessa ocasião, a sra. Jarvis enviou para a igreja 500 cravos brancos, que deviam ser usados por todos, e que simbolizavam as virtudes da maternidade. Ao longo dos anos enviou mais de 10.000 cravos para a igreja de Grafton – encarnados para as mães ainda vivas e brancos para as já desaparecidas – e que são hoje considerados mundialmente com símbolos de pureza, força e resistência das mães.
Segundo Anna Jarvis seria objetivo deste dia tomarmos novas medidas para um pensamento mais activo sobre as nossas mães. Através de palavras, presentes, atos de afeto e de todas as maneiras possíveis deveríamos proporcionar-lhe prazer e trazer felicidade ao seu coração todos os dias, mantendo sempre na lembrança o Dia da Mãe.
Face à aceitação geral, a sra. Jarvis e os seus apoiantes começaram a escrever a pessoas influentes, como ministros, homens de negócios e políticos com o intuito de estabelecer um Dia da Mãe a nível nacional, o que daria às mães o justo estatuto de suporte da família e da nação.
A campanha foi de tal forma bem sucedida que em 1911 era celebrado em praticamente todos os estados. Em 1914, o Presidente Woodrow Wilson declarou oficialmente e a nível nacional o 2º Domingo de Maio como o Dia da Mãe.
Hoje em dia, muitos de nós celebram o Dia da Mãe com pouco conhecimento de como tudo começou. No entanto, podemos identificar-nos com o respeito, o amor e a honra demonstrados por Anna Jarvis há 96 anos atrás.
Apesar de ter passado quase um século, o amor que foi oficialmente reconhecido em 1907 é o mesmo amor que é celebrado hoje e, à nossa maneira, podemos fazer deste um dia muito especial.
E é o que fazem praticamente todos os países, apesar de cada um escolher diferentes datas ao longo do ano para homenagear aquela que nos põe no mundo.
Em Portugal, até há alguns anos atrás, o dia da mãe era comemorado a 8 de Dezembro, mas atualmente o Dia da Mãe é no 1º Domingo de Maio, em homenagem a Maria, Mãe de Cristo
No Brasil a introdução desta data se deu no RIO GRANDE DO SUL, em 12 de maio de 1918, por iniciativa de EULA K. LONG, em SÃO PAULO, a primeira comemoração se deu em 1921.
A oficialização se deu por decreto no Governo Provisório de Getúlio Vargas, que em 5 de maio de 1932, assinou o decreto nº 21.366.
Em 1947, a data foi incluída no calendário oficial da Igreja Católica por determinação do Cardeal Arcebispo do Rio, Dom Jaime de Barros Câmara.
Fonte: Guia dos Curiosos (Marcelo Duarte) - Portugal
PARABÉNS MAMÃE!!!
Clique e veja nossa homenagem para mães!!!
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quinta-feira, 6 de maio de 2010
Debates no Seminário sobre Ensino Médio afirmam a necessidade de outros modelos de currículos.
04/05/2010 - iG Educação
Ensino médio precisa de outros modelos de currículo
Crise verificada na etapa final da educação básica revela mudanças no comportamento da juventude mundial, afirmam especialistas
Brasília
Para atrair os jovens e incentivá-los a permanecer na escola, o ensino médio precisa adotar diferentes modelos de currículos. Em seminário promovido pelo Ministério da Educação e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a tese foi defendida por diferentes especialistas. Os diversos anseios da juventude – universidade, mercado de trabalho, arte, tecnologia – precisam estar contemplados nos projetos pedagógicos das escolas.
Segundo Simon Schwartzman, presidente do Instituto de Estudos do Trabalho e da Sociedade (IETS), as metas para a etapa final da educação básica precisam ser baseadas em diferentes caminhos. Ele lembrou que estudo e trabalho não são, necessariamente, tarefas incompatíveis. Os projetos pedagógicos do ensino médio precisam considerar que esse pode ser um desejo e necessidade do jovem e abrir espaço para isso.
Simon ressaltou que as matrículas dos jovens nas escolas estão abaixo do esperado – cerca de 60% do potencial de alunos para essa fase. O dado revela, segundo ele, a necessidade de diferenciar sistemas de ensino para atender essa população. “Temos problemas a enfrentar, como baixa cobertura, abandono e ausência de alternativas, como ensino técnico e profissional.”
O pesquisador alertou que, hoje, o Brasil não possui nenhum instrumento que consiga medir a qualidade de ensino nessa fase. Para ele, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não é suficiente para isso. Ele acredita que o País terá de desenvolver ferramentas de avaliação.
Dados apresentados pelo representante da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) Michael Davidson mostram que a evasão dos estudantes brasileiros do ensino médio é preocupante. E os investimentos feitos na educação nos últimos anos não ajudaram a sanar esse problema. Apenas pouco mais da metade (55%) da população com idade entre 15 e 19 anos está matriculada em colégios ou faculdades.
A falta de estudo pode prejudicá-los no futuro. Segundo Ian Whitman, diretor de Educação da OCDE, 40% das pessoas que vivem nos países que fazem parte da organização e não terminaram o ensino médio não conseguem emprego depois. “É evidente que a educação é a chave para lidarmos com desafios econômicos da nossa era e superar crises”, ponderou.
Exemplos práticos
Experiências bem-sucedidas dentro e fora do País serão mostradas durante todo o seminário, que termina amanhã. O BID apresentará resultados de um estudo que mostram as boas práticas adotadas por secretarias estaduais e escolas brasileiras, que têm obtido sucesso no ensino e aprendizagem dos alunos. A pesquisa foi realizada no ano passado com 35 colégios de quatro estados: Acre, São Paulo, Paraná e Ceará.
A secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Lacerda, afirmou que o ponto de partida das escolas que obtém sucesso é o mesmo já apontado por outras pesquisas realizadas com colégios de ensino fundamental: boa gestão escolar; professores empenhados e com boa formação, e boas expectativas sobre os alunos. “Não há novidades nesse sentido. O que percebemos com a pesquisa é que há secretarias estaduais com vontade de mudar a realidade.”
Pilar lembrou que o ensino médio passa por uma “crise mundial de identidade”. Em todo o mundo, especialistas discutem para entender qual o papel dessa etapa da educação básica. A secretária destacou que os países com maior diversidade étnica e cultural enfrentam ainda mais dificuldades para atender as necessidades da juventude. “Muitos alunos vêm de famílias em que eles são os primeiros a chegar ao ensino médio. Precisamos conhecer esses jovens e saber o que eles esperam da escola”, defendeu.
Ensino médio precisa de outros modelos de currículo
Crise verificada na etapa final da educação básica revela mudanças no comportamento da juventude mundial, afirmam especialistas
Brasília
Para atrair os jovens e incentivá-los a permanecer na escola, o ensino médio precisa adotar diferentes modelos de currículos. Em seminário promovido pelo Ministério da Educação e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a tese foi defendida por diferentes especialistas. Os diversos anseios da juventude – universidade, mercado de trabalho, arte, tecnologia – precisam estar contemplados nos projetos pedagógicos das escolas.
Segundo Simon Schwartzman, presidente do Instituto de Estudos do Trabalho e da Sociedade (IETS), as metas para a etapa final da educação básica precisam ser baseadas em diferentes caminhos. Ele lembrou que estudo e trabalho não são, necessariamente, tarefas incompatíveis. Os projetos pedagógicos do ensino médio precisam considerar que esse pode ser um desejo e necessidade do jovem e abrir espaço para isso.
Simon ressaltou que as matrículas dos jovens nas escolas estão abaixo do esperado – cerca de 60% do potencial de alunos para essa fase. O dado revela, segundo ele, a necessidade de diferenciar sistemas de ensino para atender essa população. “Temos problemas a enfrentar, como baixa cobertura, abandono e ausência de alternativas, como ensino técnico e profissional.”
O pesquisador alertou que, hoje, o Brasil não possui nenhum instrumento que consiga medir a qualidade de ensino nessa fase. Para ele, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não é suficiente para isso. Ele acredita que o País terá de desenvolver ferramentas de avaliação.
Dados apresentados pelo representante da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) Michael Davidson mostram que a evasão dos estudantes brasileiros do ensino médio é preocupante. E os investimentos feitos na educação nos últimos anos não ajudaram a sanar esse problema. Apenas pouco mais da metade (55%) da população com idade entre 15 e 19 anos está matriculada em colégios ou faculdades.
A falta de estudo pode prejudicá-los no futuro. Segundo Ian Whitman, diretor de Educação da OCDE, 40% das pessoas que vivem nos países que fazem parte da organização e não terminaram o ensino médio não conseguem emprego depois. “É evidente que a educação é a chave para lidarmos com desafios econômicos da nossa era e superar crises”, ponderou.
Exemplos práticos
Experiências bem-sucedidas dentro e fora do País serão mostradas durante todo o seminário, que termina amanhã. O BID apresentará resultados de um estudo que mostram as boas práticas adotadas por secretarias estaduais e escolas brasileiras, que têm obtido sucesso no ensino e aprendizagem dos alunos. A pesquisa foi realizada no ano passado com 35 colégios de quatro estados: Acre, São Paulo, Paraná e Ceará.
A secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Lacerda, afirmou que o ponto de partida das escolas que obtém sucesso é o mesmo já apontado por outras pesquisas realizadas com colégios de ensino fundamental: boa gestão escolar; professores empenhados e com boa formação, e boas expectativas sobre os alunos. “Não há novidades nesse sentido. O que percebemos com a pesquisa é que há secretarias estaduais com vontade de mudar a realidade.”
Pilar lembrou que o ensino médio passa por uma “crise mundial de identidade”. Em todo o mundo, especialistas discutem para entender qual o papel dessa etapa da educação básica. A secretária destacou que os países com maior diversidade étnica e cultural enfrentam ainda mais dificuldades para atender as necessidades da juventude. “Muitos alunos vêm de famílias em que eles são os primeiros a chegar ao ensino médio. Precisamos conhecer esses jovens e saber o que eles esperam da escola”, defendeu.
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Elaborar avaliação é o grande desafio dos professores e da sua formação
Professora Bernardete Gatti, da Fundação Carlos Chagas, realizou uma pesquisa sobre PROFESSORES - AVALIAÇÃO. O foco é como os professores estão sendo preparados ou formados para fazer avaliação. O resultado além de preocupante, é antes um apelo ou um desafio a buscarmos alternativas, formação continuada.
Veja a reportagem no site":http://educacao.uol.com.br/ultnot/2010/05/05/professor-nao-aprende-a-avaliar-aluno-diz-especialista.jhtm
Veja a reportagem no site":http://educacao.uol.com.br/ultnot/2010/05/05/professor-nao-aprende-a-avaliar-aluno-diz-especialista.jhtm
domingo, 2 de maio de 2010
Dia 03 e 04 de maio o Ensino Médio será debatido em Seminário Internacional - MEC, BID E OCDE
Ensino médio será debatido em seminário internacional
Sexta-feira, 30 de abril de 2010 - 13:56
O exame dos vários modelos de organização do ensino médio em diversos países e sua articulação com a educação técnica e profissional, pontos fortes e desafios estarão em debate no Seminário Internacional de Políticas sobre Melhores Práticas no Ensino Médio. O encontro, em 3 e 4 de maio, em Brasília, reunirá especialistas e gestores em educação de países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) — Brasil, Estados Unidos, Canadá Inglaterra, França, Escócia, Chile e Uruguai.
No primeiro dia do evento, promovido pelo Ministério da Educação e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com o apoio da OCDE, será abordado o tema Tendências e Melhores Práticas Internacionais no Ensino Médio.
A pesquisa Melhores Práticas em Escolas de Ensino Médio no Brasil, que analisou 35 instituições de São Paulo, Paraná, Ceará e Acre, também será debatida durante o seminário. Realizado no ano passado, o estudo identificou os fatores responsáveis pelas atividades que as próprias equipes escolares associam ao bom desempenho dos alunos. Também foram analisados aspectos das principais políticas públicas para o ensino médio em cada um dos quatro estados. A pesquisa foi desenvolvida pela Secretaria de Educação Básica (SEB) do Ministério da Educação, em parceria com o BID e com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
Assessoria de Imprensa da SEB
Sexta-feira, 30 de abril de 2010 - 13:56
O exame dos vários modelos de organização do ensino médio em diversos países e sua articulação com a educação técnica e profissional, pontos fortes e desafios estarão em debate no Seminário Internacional de Políticas sobre Melhores Práticas no Ensino Médio. O encontro, em 3 e 4 de maio, em Brasília, reunirá especialistas e gestores em educação de países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) — Brasil, Estados Unidos, Canadá Inglaterra, França, Escócia, Chile e Uruguai.
No primeiro dia do evento, promovido pelo Ministério da Educação e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com o apoio da OCDE, será abordado o tema Tendências e Melhores Práticas Internacionais no Ensino Médio.
A pesquisa Melhores Práticas em Escolas de Ensino Médio no Brasil, que analisou 35 instituições de São Paulo, Paraná, Ceará e Acre, também será debatida durante o seminário. Realizado no ano passado, o estudo identificou os fatores responsáveis pelas atividades que as próprias equipes escolares associam ao bom desempenho dos alunos. Também foram analisados aspectos das principais políticas públicas para o ensino médio em cada um dos quatro estados. A pesquisa foi desenvolvida pela Secretaria de Educação Básica (SEB) do Ministério da Educação, em parceria com o BID e com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
Assessoria de Imprensa da SEB
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