Muito complicado pensar um PROJETO DE EDUCAÇÃO ou ainda esperar uma mudança a médio ou longo prazo de um sonho nacional pautado na educação.
A proposta de um projeto educacional apresentado pela LDB e seus diversos adicionais que orientavam condições deste projeto de educacação não conseguiram ganhar força em curto prazo e a médio prazo (período, que penso, estarmos vivenciando). Hoje podemos sinalizar e constatar um aumento de visibilidade e uma urgência de realização (diversos programas de avaliações, proposta do novo Enem e principalmente forma de acesso ao ensino superior)deste caminho ou projeto de educação.Mas a sensação e os dados nos forçam a dizer que precisamos buscar e construir muitas propostas.
Esta minha leitura é reforçada e alicerçada por elementos como a não leitura ou formação de estudos deste projeto por grande parte das instituições de formação de educadores em seus mais diversificados níveis e formas. Não chegou ainda nos bancos, mentes e discursos acadêmicos, e principalmente na cultura de formação do ensino superior, uma adesão a este projeto. Nossos educadores saem sem conhecer ou se aprofundar os elementos presentes neste projeto. Quantos são os professores que ouviram, leram, se prepararam para a avaliação em sistema TRI (Teoria de Resposta ao Ítem)?
Se esta sensação já era explícita, ela é aumentada principalmente por dados que pesquisas com professores nos ajudam a reforçar. Como pensar num projeto, numa transformação nacional, a partir de novos pressupostos (interdisciplinariedade, contextualização, fuga da especialização, problematização) se não temos número adequado de professores (nem para atender a demanda de um projeto antigo por disciplina).
Fica aqui, antes de tudo, a inquietação e o convite para pensarmos a Educação com mais seriedade e veracidade. Utilizando da teoria de Austin, pensar uma Educação como possibilidade de ser mais "feliz".
- P.S.: abaixo reportagem sobre defasagem de professores.
Meio milhão de docentes dá aulas sem formação ideal
Censo escolar divulgado pelo Inep considera apenas a inadequação dos professores que já possuem diploma de curso superior
Priscilla Borges, iG Brasília, e Carolina Rocha, iG São Paulo
02/06/2010 19:39
Meio milhão de professores da educação básica ensina, nas salas de aulas da rede pública brasileira, disciplinas sobre as quais não aprenderam durante o curso superior. Nos mais variados colégios brasileiros, profissionais formados em matemática dão aulas de física e professores de educação física dão aulas de biologia, por exemplo. Eles representam quase um quarto dos 1.977.978 educadores dessa etapa.
Dados do Censo Escolar 2009 tabulados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) revelam que pouco mais da metade (53,3%) dos professores que atuam no ensino médio na rede pública têm formação compatível com a disciplina que lecionam. O total é de 366.757. Nas séries finais do ensino fundamental, etapa na qual as matérias começam a ser dadas por professores de áreas específicas, a proporção é ainda menor: 46,7% de 617.571 docentes.
O levantamento feito pelo Inep considerou apenas a inadequação dos professores que já possuem diploma de curso superior. A quantidade de docentes que atua nos colégios brasileiros sem ter freqüentado uma universidade também é grande: 152 mil, como divulgou o iG. Os números revelam que a maior distorção está na área de exatas, na qual os profissionais formados nos cursos de licenciatura do País são insuficientes para suprir a demanda.
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Segundo o censo, nas séries finais do ensino fundamental, apenas 5% dos professores de física têm licenciatura na área. Em química, apenas 10,4% dos docentes têm formação adequada. Em biologia, 16,4%. Mesmo em língua portuguesa, a disciplina dessa fase que mais possui professores com formação adequada para o ensino da matéria, os qualificados não passam de 65% do quadro de profissionais da área.
No ensino médio, as áreas que “lideram” as estatísticas da inadequação entre diploma universitário e matéria dada em sala de aula são um pouco diferentes do fundamental. Além da física, em que apenas 25,1% dos docentes que lecionam a disciplina têm formação na área, em química, 28% dos profissionais dão aulas sem qualificação adequada. Faltam também professores especialistas de língua estrangeira e de educação artística, por exemplo.
(reportagem completa em http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/meio+milhao+de+docentes+da+aulas+sem+formacao+ideal/n1237653160064.html)
domingo, 6 de junho de 2010
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2 comentários:
Pois é, caro amigo. Concordo com sua idéia - infelizmente.
Ainda estamos longe de sair do comodismo. Mas principalmente, estamos longe de sentir a educação como real prioridade da nação.
Quem quer ser professor hoje? e para ensinar o que? Como?
Temos muito pela frente... Parabéns pelo artigo, abs
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