Encerrei minha última fala - ou postagem - devedor de algumas reflexões sobre o texto apresentado como as possibilidades da sala de aula.
Bem, nestas palavras que agora apresento, quero poder contribuir para aqueles,que como eu, na educação, e se perguntando pela atitude ou agir em SALA de AULA, não só como metodologia, mas principalmente como um agir possível de interação e aprendizado podem acontecer. Um primeiro trabalho é o meu destaque para um conjunto de elementos que penso centrais para esta condição de possibilidade em sala de aula. Indico neste momento 10 elementos a partir do texto primeiro apresentado, que transcrevo abaixo:
1. " (...)a capacidade da pessoa de assumir uma posição refletida e deliberada quanto às próprias crenças, desejos, valores e princípios, mesmo quanto ao projeto de toda a sua vida, é um dos requisitos necessários para o discurso prático.
2. (...)Os participantes, no momento mesmo em que encetam uma tal prática argumentativa,
3. têm de cooperar uns com os outros
4. na busca de razões aceitáveis para os outros;
5. têm de estar dispostas a deixar-se afetar e motivar
6. Os pressupostos prágmaticos da discussão
7. que cada participante individual seja livre, no sentido de ser dotado de autoridade epistêmica da primeira pessoa, para dizer ´sim´ ou ´não´
8. só sejam escolhidas soluções que sejam racionalmente aceitáveis para todos os envolvidos e todos os que por elas foram afetados.
9. A da busca de um consenso.
10. Esta última condição reflete o sublime vínculo social: uma vez que encetamos uma práxis argumentativa, deixamo-nos enredar, por assim dizer, num vínculo social que se preserva entre os participantes mesmo quando eles se dividem na competição da busca do melhor argumento." (HABERMA,J.A Ética da discussão e a questão da verdade, trad. Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Martins Fontes, 2007. p.15 - 16)."
Destes pontos apresento, finalizando este momento, duas possíveis aproximações para uma compreensão e práticas em sala de aula:
- A sala de aula como um espaço da razão prática, entendido a partir de uma discurso prático. Esta compreensão só é possível a partir do parâmetro filosófico da pragmática universal. Aqui é a radicalidade da mudança de paradigma: da consciência para a da comunicação (linguagem). Fica limitado o agir da sala de aula que se pauta no procedimento exclusivamente mentalista-cognitivista e subjetivista na sua forma de aprendizagem.
- Na busca de razões aceitáveis nos permite propor que o espaço e o tempo da sala de aula é uma metodologia no mínimo participativa, mas tecnicamente podemos dizer COOPERATIVA. Este indicador exige atitudes como a disponibilidade em estar presente com o outro, permitir a presença e a fala do outro, aceitar ou ao menos ouvir o outro. Este encontro - um momento social e de socialidade (deve ser estudo também da psico e sociolinguística) - tem sempre a necessidade metodológica de partir de uma situação problematizante para todos os envolvidos (penso principalmente como iniciante deste processo o papel do professor). O processo de aprendizagem se dá somente sobre esta construção: da cooperação, na necessidade de buscar com o outro razões aceitáveis. Se estas razões já são dadas limita-se as possibilidades do crescimento e da aprendizagem de todos os atores envolvidos (professores e estudantes tem que aprender neste momento. Não somente uma parte dos envolvidos). Este procedimento precisa de construção de processos sejam científicos ou reflexivos, mas sempre a partir da busca de razões aceitáveis e consensualizadas. Assim é fundamental que todos apresente suas razões em sala de aula, apresente seus argumentos.Se coloquem em primeiro plano e também no plano do alter. Em sala de aula, mesmo partindo de experiências diferenciadas a busca do local comum - consenso ou razões aceitáveis - é caminho universal e necessário.
Enfim, não é a fala ou a verdade como um elemento de mera subjetividade de um falante. É o poder presente na UNIVERSALIDADE DA CAPACIDADE, POSSIBILIDADES E EXPECTATIVAS DE COMUNICAÇÃO que se criam no ambiente da sala de aula.
domingo, 18 de julho de 2010
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