sábado, 20 de março de 2010

Discutindo os eventos do Enem 2009

Trapalhadas do MEC
Gazeta de Cuiabá, 19/03/2010 - Cuiabá MT
Editorial

No ano passado milhares de estudantes brasileiros sofreram um grande baque com o cancelamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que substituiu os tradicionais vestibulares para ingresso nas faculdades públicas do país. O exame foi cancelado, em outubro, após o jornal "O Estado de S.Paulo" avisar ao Ministério da Educação que a prova tinha vazado. Depois de muitas desculpas, manifestações pelo país afora, um novo exame foi feito. Eis que mais problemas estão acontecendo, revelando que o Ministério da Educação, com sua nova fórmula, não consegue transmitir seriedade para os estudantes brasileiros que sonham com uma vaga nas faculdades públicas. Desta vez um problema técnico no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), registrado no domingo, fez com que estudantes não classificados para vagas em instituições federais de ensino superior aparecessem como convocados para matrícula. Alunos que viram seus nomes na lista de espera chegaram a procurar as instituições, mas não puderam preencher a vaga.

O problema tem reflexos em todo o Brasil. Em Cuiabá alunos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) denunciaram ao Ministério Público o "sumiço" de vagas no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A reclamação é que, em questão de horas, os candidatos passam de aprovados para não aceitos, mesmo adquirindo pontuação suficiente. Nove estudantes de Mato Grosso tiveram esse problema, o mesmo registrado em todo o Brasil, e que leva o sistema mais uma vez a cair no descrédito.

O assunto ganha desdobramentos e as universidades mineiras já decidiram que vão dispensar o resultado do Enem de 2009 e fazer processos seletivos próprios no meio do ano. Em um documento assinado pelo Fórum das Comissões de Processos Seletivos de Minas Gerais (ForCops) e endereçado à Secretaria de Educação Superior, do Ministério da Educação (MEC), 15 instituições avaliam que o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) está em "descrédito". A situação é complicada e o governo federal, através do Ministério da Educação, não vem demonstrando competência para solucionar o grave problema. A grande verdade é que o MEC não acertou nas mudanças. Centralizou e complicou. A educação no Brasil enfrenta problemas em todos os níveis e agora a questão se complica em nível universitário. Uma pena para o país e para o governo, que deveria ter a educação como prioridade.

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